Neste sábado aconteceu o exame de kyu na dojo central. Antes que eu comece este post gostaria de agradecer a todos que participaram do exame, em especial ao sensei Durval que me motiva a treinar sempre mais forte, como o sensei Meirelles o fazia, e ao Diego – infelizmente não sei seu sobrenome, mas ele fez exame para 1º kyu – pois sem ele nem sequer teria feito meu exame.
Em algumas pesquisas pude observar que a palavra shugyo não tem uma tradução literal e o que percebo é que a origem dessa palavra nos remete ao um tempo em que shugyo era utilizado para explicar práticas budistas de disciplina e aperfeiçoamento intelectual. Nas artes marciais existem varias “traduções” e é bem verdade que elas soam bem próximas umas das outras.
Alguns blogs e sites explicam alguns desses significados, por exemplo:
Shu – o kanji shu pode significar muitas coisas dependendo do contexto da palavra. Significa: “governar-se”, “conduzir-se bem”, “estudar”, “completar (um curso)”, “dominar”, “controlar (a própria vida)”.
Gyo – o kanji gyo pode significa: “vocação”, “profissão”, “negócios”, “estudo”, “arte”, “serviço”.
Segundo alguns, ele pode ainda ser lido como waza, significando karma ou ação, ato, performace e trabalho.
Sábado – dia 19 de dezembro - tive minha prova/lição de shugyo quando tive alguns problemas musculares segundos antes do meu exame para 3º kyu. Fiz todo o exame com bastante dor no pé, que havia lesionado uma semana antes, e na coxa por conta de uma forte cãibra que resolveu aparecer na hora.
Algumas vezes entendemos certos ensinamentos somente quando nos deparamos com situações adversas, e com o shugyo não foi diferente. Muitos dos meus amigos me perguntaram por que continuar treinando mesmo sentindo dor. E a resposta veio neste sábado com a aprovação no exame. Quero desabafar dizendo que realmente não foi um bom exame, sei que posso melhorar muito meu aikido, mas aquele aikido que apresentei a banca examinadora não é o meu melhor aikido.
Então eu entendo desta forma: Shugyo é aquele espírito guerreiro que treina forte e busca sua plena forma física e intelectual e não se deixa abater com os obstáculos que surgem no caminho. Em outras palavras é a perseverança em querer tornar-se uma pessoa melhor para um mundo melhor onde todos nós possamos viver em harmonia e paz.
Não se trata apenas de passar em um exame de grau, como dizia Bruce Lee: “a faixa só serve para amarrar o kimono”, mas sim a aprovação da evolução da técnica do seu espírito e da sua atitude. O que me valeu neste exame foi o reconhecimento daquelas pessoas que treinam e me conhecem treinando. Meu irmão Mathaeus me dizendo que estava orgulhoso do meu shugyo logo após o exame, meu irmão Ezequiel dizendo um simples e sincero, “parabéns mano”, ao outro Diego que fez exame junto com o Mathaeus dizendo “essa foi na raça” referindo-se ao exame regado a dor e superação, ao Vargas sensei demonstrando sua preocupação comigo naquele momento e ao sensei Durval que sabia que eu podia mais e espera sempre mais de mim, obrigado por isso sensei.
A todos esses e ainda aqueles que todas as manhãs de sábado se dirigem a puc para treinar e dividir seu precioso tempo com os colegas, e que ajudam-me escrever importantes capítulo na minha história no aikido, domo arigato gozaimashita.
