segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Meditação - primeira parte

A palavra meditação vem do latim, meditare, que significa voltar-se para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar à atenção para dentro de si.
A meditação é a percepção direta da mente. Mente é a definição que damos ao estado da nossa consciência ou subconsciência relativo ao conjunto de pensamentos gerados pelo cérebro humano. Mente é o termo mais comumente utilizado para descrever as funções superiores do cérebro humano, particularmente aquelas das quais os seres humanos são conscientes, tais como o pensamento, a razão, a memória, a inteligência e a emoção. O termo também descreve a personalidade. A mente subsiste na consciência, mas esta prescinde da mente e do pensamento para existir. Pensamento é um processo mental que permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos.
A maioria das pessoas nunca está por inteiro onde estão os seus corpos sendo que essa é a própria rotina da mente, sempre pronta a sair do rumo cada vez que ser tenta direcioná-la para o que está acontecendo. Segundo Bhagavan Sri Râmana Mahârshi (1879 – 1950; sábio indiano, Maha iogue): “a mente é apenas um embrulho de pensamentos; remova-os, pare de pensar e mostre onde está a mente”. A mente desatenta sustenta as ilusões que impedem as pessoas de enxergar a vida como ela é e, sobretudo, turva a percepção delas próprias criando um falso eu ou uma falsa realidade. Assim sendo a meditação é a única forma capaz de conduzir seguramente o homem ao seu interior (o inconsciente). A técnica da meditação faz o inconsciente tornar-se consciente, a informação oculta tomar-se compreensão e sabedoria. Meditar nada mais é que voltar-se para si mesmo. É aquietar a mente, esvaziando-a do redemoinho de pensamentos que distraem sem tirá-la do estado de alerta. Com a meditação as pessoas se distanciam desse fluxo em vez de se identificar com ele, tornam-se observadoras, e não participantes, permitindo reconhecer que a mente ainda está lá, mesmo quando os pensamentos não estão. Em vez de distração, há consciência calma e clara. Conforme a mente se acalma, ela se liberta dos efeitos exaustivos de sua inquietude. A mente se concentra e, depois da meditação, permanece calma e tranqüila A meditação, por ajudar a libertar a mente de preocupações excessivas, permite que as pessoas sejam mais conscientes dos outros e de suas necessidades.
Assim, a meditação é uma forma de purificação mental, descansando e relaxando a mente, desenvolvendo habilidades de concentração e consciência, ajudando a lidar com mudanças diárias com mais tranquilidade e contribuindo para que as pessoas ajam com mais eficiência. Desse modo, a meditação é também um caminho para o autoconhecimento. Ela permite que qualquer pessoa enxergue dentro dela própria. Conforme a mente se acalma, o corpo também aprende a relaxar, a redescobrir o equilíbrio.

Concentração
O poder da concentração é a chave para a meditação.
Para que haja concentração, naturalmente, deve haver, primeiro, o interesse e a atenção. Ninguém ficará atento ou concentrado sobre algo que não é de seu interesse. O interesse desenvolve a atenção e com a atenção exata leva-se á concentração.
Desta forma a meditação é uma técnica que consiste em parar de pensar a fim de permitir que a consciência se expresse através de um canal mais sutil, que está acima da mente. Consiste em concentrar-se e não pensar em nada, não analisar o objeto da concentração, mas simplesmente pousar a mente nele até que ela se infiltre no objeto. “Quando o observador, o objeto observado e o ato da observação se fundem numa só coisa, isso é meditação”. Meditar é aumentar, expandir a consciência; é adquirir mais lucidez.