segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Meditação - quarta parte

Métodos básicos de meditação
Buddha ensinou 84.000 diferentes maneiras para domar e pacificar as emoções negativas, e no budismo há incontáveis métodos de meditação. A seguir são apresentadas as mais básicas.
1. Respiração
O primeiro método é muito antigo e pode ser encontrado em todas as escolas do budismo. Trata-se de pousar a atenção, leve e atentamente, na respiração.
Após relaxar completamente o corpo, deve-se manter apenas a atenção voltada para a respiração. Respirar normalmente, concentrando a atenção no abdômen, percebendo e sentindo o ar entrando e saindo lentamente dos pulmões. Quando exalar o ar, flua com a expiração. Imaginar a respiração se dissolvendo na vastidão da verdade, vastidão que tudo abrange. A cada vez que expirar o ar e antes de inspirá-lo de novo, percebe-se um intervalo natural. Deve-se descansar nesse intervalo e quando naturalmente inspirar, não se fixar no ar que entra, mas seguir repousando a mente no intervalo que se abriu ali. Quando os pensamentos aparecerem, não se deve identificar-se com eles, apenas observá-los mantendo a atenção na respiração.
Outra forma é observar o ar tocando as pontas das narinas ou, também, focar no abdômen. Contar as inspirações de 1 a 10 e, então, reiniciar a contagem. Caso não se consiga completar a série (muitos iniciantes se perdem já na terceira inspiração), não se inquietar. Apenas retornar ao início da contagem sempre que isso acontecer. Não se deve buscar um estado especial da mente ou qualquer resultado.
Quando se está praticando, é importante não deixar se envolver em comentários mentais, em análises ou no falatório interno. Não tomar os rápidos comentários da sua própria mente (“estou inspirando, e agora estou expirando”) como sendo sua verdadeira atenção. O importante é a pura presença.
Apenas sentar-se e observar. É assim que mente e corpo permanecem juntos, presentes onde se está.

2. Usando um objeto
Um segundo método que muita gente pode achar útil consiste em delicadamente descansar a mente num objeto. Pode-se utilizar um objeto de beleza natural que traga alguma inspiração especial, como uma flor ou alguma coisa de cristal ou algo que personifique a verdade, como uma imagem do Buddha, de Cristo ou particularmente de algum mestre, é mais poderoso.
Concentrar toda atenção sobre este objeto. Nesse momento a única coisa que importa é o objeto em questão. Memorizá-lo até que sua imagem possa ser projetada na mente, de olhos fechados e a qualquer instante. Fechar os olhos e ver todos os lados do objeto simultaneamente, como se estive a observá-lo de todos os ângulos diferentes ao mesmo tempo.
Após com os olhos abertos, olhar para o espaço mais à frente, mas não ter qualquer interesse por coisas que ali estejam. Desta forma, apesar dos olhos estarem aberto recebendo as ondas luminosas, na mente existirá apenas o objeto de atenção. Não deve haver análise nem julgamento quanto à forma do objeto, sua cor tamanho, etc. Apenas a contemplação serena estará presente. Com perfeição dessa prática o iniciante desenvolverá a capacidade de manter a atenção mental sobre o que desejar, onde quer que esteja e a qualquer momento.

3. Relaxando o corpo
Colocar-se em uma posição confortável.
Respirar lenta e profundamente, três vezes. Antes de alternar de inspiração para expiração e vice-versa, contar até três. Quando expirar, soltar o corpo em seus apoios.
Enquanto inspira lentamente, contrair os pés, depois as pernas, o quadril, braços, cabeça, rosto, todo o corpo. Dizendo para si mesmo enquanto isto, o mais rápido que puder: “Contrai, contrai, contrai...”. Em seguida, soltar o corpo de uma vez enquanto expira, deixar tudo cair. Repetir este passo 3 vezes.
Depois utilizar a atenção para relaxar ainda mais cada parte do corpo como: cabeça, pescoço, ombros, braços e mãos, coluna, tórax, órgãos internos, assim descendo até os pés.
Esta técnica é um instrumento poderoso para alcançar um profundo relaxamento, acalmando os músculos do corpo inteiro. Atualmente é usada por médicos e psicólogos para levar seus pacientes a um estado de relaxamento profundo que, por sua vez, tem efeitos curativos. Nesse estado as preocupações diminuem de importância e a pessoa sente muita paz e muita calma. E o relaxamento do corpo é importante para a saúde.

4. Recitação de um mantra
Uma outra técnica, muito usada é unir a mente com o som de um mantra. A definição de mantra é “aquilo que protege a mente”, ou melhor, aquilo que protege a mente da negatividade ou que protege o indivíduo de sua própria mente.
Quando se está nervoso, desorientado ou emocionalmente frágil, cantar ou recitar um mantra de forma inspirada pode mudar por completo o estado da mente, transformando sua energia e atmosfera. Isso é possível porque o mantra é a essência do som, a materialização da verdade na forma de som. Cada sílaba está impregnada de força espiritual, condensa uma verdade espiritual e vibra com a bênção da fala dos Buddhas.
Os mantras OM ou WU são ideais para essa prática. Deve-se recitá-los com tranquilidade, com profunda atenção, e deixe sua respiração, o mantra e a consciência lentamente tornarem-se um. Ou cantá-lo de modo inspirado, e descansar no silêncio profundo que às vezes se segue a ele.

5. Meditação por visualização
Este tipo de meditação combina a imaginação e a visualização para adquirir um estado meditativo, podendo ser utilizada por aquelas pessoas que encontram paz ao se imaginarem num lugar tranquilo.
Deve-se sentar numa posição direita e confortável.
Inspirar e expirar imaginando essa respiração limpando todo o corpo. Inspirar suavemente e profundamente contando até cinco fazendo o mesmo ao libertar o ar dos pulmões .
Fechar os olhos e se concentrar em um local de paz onde se sinta seguro e tranquilo. A medida que as distrações fluem pela mente, lembrar a si mesmo que quando acabar a meditação esses assuntos serão apreciados.
Uma praia sossegada é um destino mental ideal para a maioria das pessoas. Visualizar como se estivesse descansando na areia, sentido o sol na pele, ouvindo o movimento das ondas ou ouvindo o som das gaivotas a planar sobre o mar. Pode usar o mesmo procedimento para qualquer lugar que considerar bonito e sereno de forma a que se sinta calmo.
Pode-se utilizar o mesmo local acima ou outro qualquer (praia, campo, montanha, rio, mar) e, depois de se ambientar, imaginar-se dobrando de tamanho após cada respiração completa. Deve-se aumentar o tamanho até preencher completamente este local. Ou de outro modo, ir diminuindo até desaparecer.
Este tipo de meditação adéqua-se mais ás pessoas que têm tendencia a visualizar, a usar imagens para perceber idéias, a usar a imaginação.