segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Como cultivar o Ki - primeira parte


Respiração

Rejeitar o velho e absorver o novo (tu gu na xin) Zhuangzi.
Descrição de exercícios respiratórios da dinastia Zhou (século VII a.C.) por Helmut Wilhelm: Retém-se o Ki para que ele acumule. Uma vez acumulado, dilata-se. Quando dilata, desce. Quando desce, acalma-se. Quando se acalma, consolida-se. Quando se consolida, começa a crescer. Quando começa a crescer, é novamente puxado e contraído para as regiões superiores. Quando puxado, atinge o topo da cabeça. Em cima, exerce pressão para cima. Embaixo, empurra para baixo. Quem seguir esses princípios viverá; quem for de encontro a eles morrerá.

A respiração é a irmã física do Ki, pois ambos se comportam da mesma forma, deste modo, ao centrar-se na respiração se faz aumentar o fluxo Ki. Mas não se pode esquecer de que tudo isso é controlado pelo pensamento, assim segundo o Tratado do Metre Wu Yu-Hsiang: Teu poder interno deve ser controlado pela mente e pelo espírito. Não procures controlar o teu corpo somente pela respiração, pois isso tornará lentos e pesados os teus movimentos. O controle do corpo pela respiração não gera poder interno algum; só se fugires desse erro poderás gerar o mais puro e o mais forte poder interno.
O Ki é inalado e exalado através de qualquer parte do corpo. Mas quem gerencia estes fluxos é o Tanden. Por exemplo, quando se executa um tsuki, exala-se Ki a partir do Tanden através de punho e quando se puxa alguém ou alguma coisa deve-se inalar o Ki através do ponto de contato até o Tanden.
Normalmente, mas nem sempre, movimentos de distanciamento ao corpo (para fora, empurrando) são mais bem executados com exalação de Ki, enquanto movimentos em direção ao corpo (puxar, colar) com a inalação. Com isso o praticante deverá trabalhar a respiração durante a execução dos movimentos, devendo esforçar-se por coincidir os dois tempos da respiração com os diferentes movimentos, da seguinte maneira: a inspiração corresponde a quatro tipos de movimentos: movimento de contração do corpo ou dos braços, movimentos para cima, movimentos de elevação, movimento aberto; a expiração corresponde aos quatro tipos inversos: movimento de extensão, movimento para baixo, movimento de pressão, movimento fechado.
Os chineses consideram a inspiração com Yin, e a expiração como Yang; este último tempo, portanto, o mais importante, é aquele para o qual se dirige a atenção e é nele que o executante distende progressivamente todas as partes do corpo; é também durante a expiração que ele emitirá a energia para tocar o adversário.